Repensar os planos estratégicos do desporto de 200 páginas? Inovação Estratégica!

Repensar o Futuro do Desporto e Atividade Física através da Inovação Estratégica

Várias organizações têm partilhado a dificuldade em interpretar ou operacionalizar os extensos (alguns com mais de 300 páginas) planos estratégicos do desporto e atividade física que lhes foram propostos, revelando estarem guardados numa gaveta e muitos deles nem serem consultados desde que lhes foram entregues.

Mas qual o motivo que leva aos planos estratégicos não estarem a ser operacionalizados?

São diversos os motivos que nos têm partilhado, tais como:

  1. Os planos terem sido elaborados sem consciência da capacidade operacional dos recursos humanos do desporto do Município
  2. Incapacidade de alguns recursos humanos em interpretar as propostas
  3. Inexistência de um processo participativo com os técnicos do município
  4. Escassez de auscultação da comunidade e dos stakeholders
  5. Incompreensão do modelo de gestão do desporto Municipal
  6. Pouca consciência da morosidade de processos administrativos e de tomada de decisão
  7. Entre outros que nos fizeram perceber que: urge uma mudança!

Estamos constantemente em mudanças culturais, tecnológicas, ambientais, económicas e sociais, e o desporto e a sua organização baseada no Modelo Europeu do Desporto têm sofrido metamorfoses sobre as quais não podemos ficar indiferentes pelo impacto nas organizações e na forma como estas estão a ser geridas. Este pressuposto, remete-nos para uma urgência na mudança da abordagem de planeamento, sendo necessário uma mentalidade inovadora e transformadora para enfrentar os desafios emergentes.

Uma metodologia inovadora para elaborar um plano estratégico do desporto e atividade física deve incorporar abordagens criativas e adaptáveis, que considerem as complexidades e dinâmicas do ambiente desportivo. Desta forma, acreditamos que entre vários aspetos importantes para a elaboração de um plano estratégico do desporto e atividade física, uma metodologia transformadora deve integrar:

  1. Uma abordagem Bottom-up, isto é, um processo participado, identificando e criando momentos de brainstorming, focus group e geração de ideias com todos os stakeholders: atletas, treinadores, organizações desportivas, instituições académicas, entidades públicas, especialistas, empresas e a comunidade em geral.
  2. Alinhar o plano com uma estratégica de financiamento do mesmo, considerando programas de financiamento nacionais e europeus que permitam alavancar projetos que de outra forma não seriam implementados
  3. Alinhamento com os objetivos do desenvolvimento sustentável e com as prioridades da União Europeia para o desporto como a digitalização, a sustentabilidade, a inclusão, o aumento da participação, entre outras.
  4. Uma equipa com conhecimento das tendências do mercado nacional e internacional.
  5. Uma equipa com conhecimento do contexto atual do desporto e da atividade física.
  6. Uma equipa que identifique oportunidades e desafios emergentes, interligando-os com ações a desenvolver no âmbito do plano estratégico.
  7. Adotar uma abordagem holística para a saúde e o bem-estar, articulando o desporto e a atividade física com outras áreas de intervenção municipal como a saúde (nomeadamente a saúde mental e os cuidados médicos preventivos), a educação, os eventos, o turismo, e o ambiente.
  8. Entre outros.

Essa metodologia combina elementos de pensamento estratégico tradicional com abordagens inovadoras, como o design thinking e a prototipagem rápida, com o intuito de criar um plano estratégico dinâmico e adaptável que promova o desenvolvimento do desporto e da atividade física de forma eficaz e sustentável.

E depois de planear?

Muitos dos planos estratégicos elaborados não são operacionalizados e alguns casos nem consultados são, sendo deixados ao abandono. Para que os mesmos se concretizem e haja mudança, acreditamos ser importante:

  1. Que se desenvolvam protótipos ou pilotos rápidos das iniciativas, testando com celeridade a sua eficácia e aceitação junto da comunidade. Use o feedback dos testes para melhorar as ideias antes da implementação em larga escala.
  2. Mesmo que tenha sido um processo participativo, existem sempre pessoas que não deram contributos ou que não foram auscultadas, como tal, é importante comunicar o plano a toda a comunidade e de uma forma leve, continuada no tempo, e utilizando diversos canais de informação.
  3. Crie um plano de ação ágil e de fácil leitura, que com apoio a ferramentas digitais que seja orientador da ação dos responsáveis por cada atividade a desenvolver.
  4. Devem ser destacadas pessoas ou subcontratar serviços para criar mecanismos de monitorização e apoio ao cumprimento das atividades a implementar.

Estas são apenas algumas considerações e contributos para que possam melhorar os vossos planos estratégicos do desporto e atividade física, mas existam muitas mais.

Por organizações mais inovadoras, digitais e sustentáveis!

#Inquietosporinovar