Segundo dados do Eurobarómetro, a procura de atividades desportivas sofreu alterações significativas no período pós-pandemia. Portugal, continua situado abaixo da média europeia onde cerca de 75% da população do género masculino e 80% do género feminino “nunca ou raramente” praticam exercício físico ou desporto, comparando com os respetivos 57% e 65% da média europeia. Também o interesse por atividades ao ar livre cresceu cerca de 7% comparativamente aos últimos dados, revelando que a maioria dos inquiridos (47%), prefere desenvolver atividades físicas em ambiente outdoor.
De modo a acompanhar as novas necessidades dos utilizadores, as instalações desportivas devem também se adaptar a estas mudanças, contemplando soluções inovadoras, sustentáveis e digitais.
Metodologia Inovadora
Para desenvolver estas instalações desportivas 2.0 é necessário concebê-las com base numa metodologia inovadora “bottom-up” que contempla a participação de stakeholders (utilizadores, parceiros, entre outros a definir consoante o contexto) desde o início do processo até ao projeto final, e a constituição de uma equipa especializada e multidisciplinar. São realizados levantamentos de necessidades através de focus group, criados vários cenários de projeto e a auscultação dos futuros utilizadores é sempre considerada até à definição do produto final.
O conceito
Smart Active Space é o nome destas novas instalações desportivas, e consiste num espaço ou instalação (indoor ou outdoor) inteligente, inovadora e sustentável que promove o desporto e a atividade física de forma inclusiva. A integração de tecnologia na experiência de utilização e no acesso às instalações desportivas é cada vez mais um aliado para aumentar o envolvimento dos seus utilizadores. A sustentabilidade ambiental, económica e social da instalação desportiva é objeto de preocupação em todas as fases do processo e a inovação está inerente aos equipamentos, à gestão, à monitorização da atividade física, ao engagement dos utilizadores, entre outros fatores.
Este conceito pretende revolucionar as instalações desportivas em Portugal, satisfazendo as novas exigências e necessidades dos praticantes formais e informais, melhorando a experiência e ao mesmo tempo contribuindo para combater as elevadas taxas de “analfabetismo motor” (conceito tantas vezes mencionado pelo docente da Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, Professor Carlos Neto) existentes em Portugal.